domingo, 23 de dezembro de 2007

Natal

NATAL

Natal de lembranças, dos tempos de amor.
Da infância querida, só imagens restou.
Do pai um brinquedo, da mãe um beijinho.
Do irmão um abraço, da mana um carinho.

Agora sou grande, não posso brincar
Não tenho um beijinho da mais bela flor,
Não ganho os afagos, da mana querida
Tampouco os abraços dos mano que foi.

Meu pai bem distante, já velho alquebrado
Minha mãe ascendeu aos braços de Deus.
A irmã sentida tão logo casou,
O mano querido, a morte levou.

Natal de alegria, o Cristo é nascido.
Poema cantado por todo vivente
Que olha aos céus e pede clemência
pedindo uma vida de paz e de amor

Ó Deus das alturas eu nada vos peço
Que posso pedir, que posso querer
O que eu mais queria o que eu mais amava
Na mais terna idade a Trindade levou?

Virgem Maria, das mães rainha
Fazei com que a minha esteja em tí
rogando aos céus, velando a mim...

..e a tristeza do meu natal se vai nesse sonhar...

e quando vem o pensamento
dos velhos tempos que não se vão
esqueço a Agora, volto ao que Foi
não vejo o Será. Não quero sentir

Estando eu bem junto aos meus
rindo e cantando saudosa união
me sinto elevado, me sinto feliz

A ilusão do ontem se desfaz no hoje.
Num frêmito o peito se sente convulso
do cerne da alma de dor um soluço.

Natal de alegria, Natal de amor
Natal de carinho de cores em flor
Natal de tristezas Natal sem amor
Natal de espinhos de pranto e de dor.